Título:

COISÁRIO CASSINO»MUSEU: NO ENTRE-ESPAÇO DE UM CASSINO EXTINTO E UM MUSEU EM PROCESSO

Resumo:

Por meio de diferentes poéticas visuais, esta pesquisa situa-se na inter-relação entre arte, curadoria, história e museologia contemporânea, posicionando-se no entre-espaço de um cassino extinto e um museu, ancorada nos marcos históricos que forjaram a transformação da edificação modernista – originalmente um cassino –, em instituição museológica – o Museu de Arte da Pampulha. Parte da investigação dedica-se ao levantamento de acervo histórico, documental, iconográfico, videográfico e artístico para constituição de um repositório, aqui intitulado “coisário-cassino-museu”. Na interpolação entre o passado e o presente e no rastreamento de “coisas” acumuladas, guardadas, esquecidas, extraviadas e recuperadas, a investigação acopla-se às micro-histórias em confronto com a historiografia oficial. Para consolidação desse engenho, a pesquisa adota um sistema de criação de coleções digitais, guarnecido de recursos customizáveis. De forma autônoma, esse arquivo/inventário, flexível, transmuta-se em “dispositivo expositivo”, promovendo deambulações e conexões entre as “coisas” coletadas e suas “coisidades”. O trabalho resulta na formulação de dois sistemas de escrita congruentes, que correm em paralelo e que são complementares: o repositório “coisário-cassino-museu” e o volume da tese. Além da construção do “coisário”, o estudo prospecta projetos curatoriais realizados no Museu de Arte da Pampulha ao longo do meu percurso profissional, entre 2006 e 2010. Compreendida como uma experimentação artística, a tese, agenciada pelo artista-curador-colecionador, pensa a potência das imagens previamente coletadas – rarefeitas e efêmeras – para perturbar a história intersticial de um cassino extinto que se desdobra em museu sobrevivente, em permanente processo de (re)(des)construção.

Palavras-chave:

artes visuais; curadoria; colecionismo; museologia; museografia; arquivo; Museu de Arte da Pampulha.